quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Humanos, um mosaico de espécies

Estudo revela que nossos ancestrais se reproduziram com espécies diferentes

Descoberta foi feita através da análise de genomas de humanos de 30 mil anos atrás
Por Claudia Borges em 21/11/2013 
 
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News Estudo revela que nossos ancestrais se reproduziram com espécies diferentes
Os genomas antigos de um Neandertal e de um grupo humano arcaico diferente, os Denisovans, foram apresentados em uma pesquisa no último dia 18 de novembro em uma reunião na Royal Society, em Londres.
O estudo sugere que eles resultam do cruzamento entre os membros de diversos grupos humanos antigos que viviam na Europa e na Ásia há mais de 30 mil anos, incluindo um ancestral ainda desconhecido da Ásia.

Espécie misteriosa

De acordo com a revista Nature, o novo genoma Denisovan indica que esta população enigmática convivia com as outras. David Reich, um geneticista evolucionário da Escola de Medicina de Harvard, disse na reunião que eles cruzaram com neandertais e com os ancestrais das populações humanas que vivem agora na China e em outras partes do leste da Ásia, além de populações da Oceania.
Local das escavações na caverna de Denisova, na Sibéria Fonte da imagem: Reprodução/Nature
Reich disse que os novos genomas estudados indicam que os Denisovans cruzaram com outra população extinta de humanos arcaicos que viviam na Ásia, mais de 30 mil anos atrás, que não é nem humana nem neandertal. É aí que fica o mistério.
A reunião do Royal Society foi repleta de suposições sobre a verdadeira identidade dessa população de seres humanos. "Nós não temos a menor ideia", disse Chris Stringer, um paleontólogo do Museu de História Natural de Londres, que não estava envolvido no trabalho.
Ele especula que a população poderia estar relacionada com o Homo heidelbergensis, uma espécie que deixou a África cerca de meio milhão de anos atrás e, mais tarde, deu origem aos Neandertais na Europa.

Diversidade genética

"O que o resultado sugere é que nós observamos um mundo parecido com o do filme ‘O Senhor dos Anéis’, em que havia muitas populações de hominídeos diferentes", disse Mark Thomas, geneticista evolutivo da Universidade de Londres (que também não estava envolvido no estudo), fazendo uma comparação com a famosa saga do cinema.
O primeiro Neandertal e as sequências do genoma Denisovan revolucionaram o estudo da antiga história humana, porque eles mostraram que estes grupos cruzaram com humanos anatomicamente modernos, contribuindo para a diversidade genética de muitas pessoas vivas hoje. Todos os seres humanos cuja ascendência se origina fora da África devem cerca de 2% de seu genoma ao Neandertal.
Além disso, certas populações que vivem na Oceania, como os aborígenes australianos, têm cerca de 4% do seu DNA resultante de cruzamentos entre seus antepassados ​​e Denisovans, que foram nomeados após serem descobertos na caverna nas montanhas Altai, na Sibéria. A caverna contém restos humanos datados de 30 a 50 mil anos atrás.

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